sexta-feira, 22 de abril de 2011

Livros de Filosofia são manuais ou volta a trabalhar vagabundo

Estou, agora, às voltas com a retomada da redação de minha dissertação de mestrado e estou tentando reencontrar o fio-da-meada, algo que oriente o meu retorno ao trabalho, servindo de guia para agregar e segregar pensamentos, teses, leituras...Me ocorre que, embora talvez a Filosofia seja muitas e diferentes coisas, minha perspectiva, pelo menos o quanto me lembro dela ;), é da Filosofia como método e, portanto, de livros de Filosofia como manuais. Não importa a linguagem da superfície, se árida, aparentemente muito abstrata ou técnica, livros de Filosofia importam menos pelos resultados, pelas teses que parecem esposar, e mais, muito mais, pelo caminho que nos ensinam a percorrer. Bem, é com este olhar que estou retomando minha dissertação: o que aqueles textos que estudei, estudo e, espero, estudarei, estão ensinando a fazer? Como traduzir aparentes exposições, aparentes argumentos, no relato de uma experiência que o leitor deve fazer com o autor, a partir das sugestões nem sempre tão claras do autor (os filósofos geralmente ocupam-se pouco do desenho da melhor forma expositiva para os leitores; esculpir conceitos não é o mesmo que fotografá-los e é uma habilidade rara fazer bem as duas coisas). Retomando: como ler aqueles textos da Estética Transcendental de Kant e mostrar o que há de faça-você-mesmo neles? Enfim, estou retomando o fio-da-meada....

sábado, 22 de janeiro de 2011

Java e problemas com impressão no Debian

Se estiveres usando aplicativos java que não encontram serviços de impressão, reportando "No print service found" ou "Nenhum serviço de impressão encontrado", tente essa solução (como root ou usando sudo):

1) edite o arquivo /etc/sysctl.d/bindv6only.conf, configurando net.ipv6.bindv6only=0 (o padrão é =1)
2) /etc/init.d/procps restart

Essa dica pode não ser suficiente, pois há outros bugs conhecidos. A vida é dura, mas há o google.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Algumas coisas de que eu gosto

Filosofia, computação, café, futebol, vinho, música e administração pública.

A propósito de música, se você gosta do assunto (e quem não gosta, né :) ), recomendo visitar a página de um grande músico: Júlio Herrlein (chumbo). Se você quiser aprender, ele também pode te ensinar. Embora sua música seja universal, ele mora em Porto Alegre.

Em relação à computação, estou trabalhando num projeto de software livre. Quer saber mais? Saiba :) (bem, faz tempo que não trabalho por lá).

Sobre música. O meu passado musical: a banda Lucas Scariotys. Cresci muito neste período. A vida, então, era intensa. Fui bastante feliz. Com esta lembrança homenageio meus grandes e queridos amigos. A propósito: onde está Soraia? :) Para saber mais da história, entre aqui.

A netiqueta

Nossa comunicação através de computadores tem regras assim como nossa comunicação convencional. Do mesmo modo que, em geral, é inadequado gritar com alguém, é inadequado escrever emails com letras maiúsculas. É "como se" você estivesse gritando. Sobre esta e outras regras de bom e-comportamento, há um excelente guia online aqui.

Áudio e computação: latência, uma breve introdução

Conforme a Wikipedia, "Latency is a time delay between the moment something is initiated, and the moment one of its effects begins. The word derives from the fact that during the period of latency the effects of an action are latent, meaning "potential" or "not yet observed"."

Quando tocamos um instrumento musical, há latência: há um intervalo de tempo entre o momento em que, por exemplo, percutimos a corda do violão e o momento em que o som é ouvido.

Contudo, nós não percebemos este intervalo. Há um limite que divide a latência perceptível da imperceptível. Conforme Dave Phillips,
"In the audio domain, studies have indicated that the ear is sensitive to timing differences at the millisecond level, perhaps even down to a single millisecond. However, latencies under 7 msec are not typically perceptible and are considered acceptable for desktop and semiprofessional applications. Systems achieving average latencies of less than 5 msec should be considered ideal platforms for professional latency-critical applications."
Ou seja, este limite é 7 milisegundos isto é, divida um segundo em mil partes e some sete partes. É este o intervalo de tempo a partir do qual notaríamos diferenças entre o momento em que tocamos o instrumento e o momento em que o ouvimos.

Se, diferentemente, conecto meu instrumento num computador de modo a ter o som processado, há uma série de novos eventos temporais entre o evento tocar e o evento ouvir. Como são temporais, estes eventos aumentam a latência.

Se a latência no processamento do áudio for superior ao limite indicado acima e o processamento de áudio ocorrer em tempo real (isto é, o computador deve receber os dados, computá-los e devolvê-los na forma de som novamente enquanto estamos tocando) teremos um problema: a latência será perceptível. E o problema será tanto maior quanto maior for a latência, do desconforto em tocar até níveis inaceitáveis.

Daí a necessidade de se desenvolver técnicas para manter a latência no processamento de áudio em computadores em níveis abaixo do limite indicado.

Objeções ao método transcendental em filosofia e respostas

"método transcendental em filosofia" significa, aqui, a reflexão filosófica que cada um de nós é capaz de fazer e que satisfaz duas condições: i) envolve uma consciência reflexiva e ii) envolve juízos a priori.

R é uma relação é reflexiva se e somente se para todo x, Rxx. Julgar a priori é é julgar pretendendo a verdade necessária, a verdade que não varia no curso da experiência (do tempo). Assim, se julgo a priori p, quero com este ato significar que p é verdadeiro e mais, que p é necessariamente verdadeiro isto é, p é verdadeiro em qualquer tempo, passado, presente e futuro.

Há pelos menos duas objeções à exeqüibilidade do método transcendental em filosofia.

Primeira Objeção

Objeção

1. A exeqüibilidade do método transcendental implica a possibilidade da reflexividade da consciência.
2. A reflexividade da consciência é impossível.
3. Logo, o método transcendental é inexeqüível.


Resposta

É impossível julgar 2 isto é, que a reflexividade da consciência é impossível. Julgar que a reflexividade da consciência é impossível é um juízo sobre a consciência. Julgar em geral é um ato de consciência. Portanto, essa negação, esse ato depende da possibilidade que quer negar, da possibilidade da reflexividade da consciência. Não é, ipso facto, um ato possível. Assim, não se trata de negar 2, mas de recusar-lhe a possibilidade de que seja afirmada.

Segunda Objeção

Objeção

1. Como matéria de fato, os atos da consciência humana são temporais.
2. Numa relação de identidade, as condições a que o determinante (domínio) está submetido transitam para o determinado (imagem).
3. A consciência reflexiva é uma relação de identidade.
4. Logo, de 1,2 e 3, nos atos de consciência reflexiva humanos, a temporalidade do determinante transita para o determinado.
5. Logo, nos atos de consciência reflexiva humanos, o determinado está submetido ao tempo
6. Aquilo que está submetido ao tempo não pode ser objeto de juízo a priori.
7. Logo, de 5 e 6, nos atos de consciência reflexiva humanos, o determinado não pode ser objeto de juízo a priori.
8. Logo, nos atos de consciência reflexiva humanos é impossível julgar a priori isto é, mediante uma consciência reflexiva humana é impossível julgar a priori.
9. A exeqüibilidade do método transcendental implica a possibilidade de julgar a priori mediante uma consciência reflexiva.
10. Logo, o método transcendental é inexeqüível.


Resposta

Não sei. Mas suspeito que passa pela negação de 2, que parece assumir uma noção demasiado estrita da relação de identidade. A estrela da tarde e a estrela da manhã não satisfazem exatamente as mesmas condições. No mínimo resta a possibilidade de referirmo-nos diversamente, ora como estrela da tarde, ora como estrela da manhã. Ao que se poderia objetar que não se trata de diversidade na coisa, mas apenas no juízo. Nesse caso, contudo, se é tributário da tese segundo a qual é possível pensar nas coisas "nuas" isto é, irrespectivamente, pensá-las sem pensar sob algum aspecto determinado. Esta implicação, por sua vez, repousa na má compreensão acerca dos limites de nossa capacidade de julgar, o que a filosofia crítica pretende corrigir.

Multifuncional HP C3180: scanner no Debian GNU/Linux

Para fazer o scanner (e outras cositas) funcionarem nesta multifuncional:

# apt-get install hplip

E reinicie o sistema.

Muitos sites reportam que este periférico não funciona no Linux. Em Debian GNU/Linux funciona, mas é um backend que não vem com o sane (por isto, sane reporta como não suportado). Mais informações?

# apt-get instll hplip-doc

Ah, e não esqueça, tudo isto como root (use o sudo se preferir).

O que é e como funciona o linux scheduler e sua latência

Embora a história e os testes contidos em http://www.linuxdevices.com/articles/AT8906594941.html tenham valor apenas histórico, há uma excelente explicação do mecanismo de agendamento do kernel (linux scheduler). Vale a pena conferir. Abaixo, uma "palhinha":

Conforme Clark Williams,

"Linux scheduler latency problem ... is the delay between the occurrence of an interrupt and the running of the process that services the interrupt."
"What the heck does scheduler latency mean anyway? Latency is really a shorthand term for the phrase latent period, which is defined by webster.com to be "the interval between stimulus and response". In the context of the Linux kernel, scheduler latency is the time between a wakeup (the stimulus) signaling that an event has occurred and the kernel scheduler getting an opportunity to schedule the thread that is waiting for the wakeup to occur (the response). Wakeups can be caused by hardware interrupts, or by other threads."
Se preferir, baixe o pdf aqui.

Carta ao chato

Caro chato

A chatice é inata ou adquirida. Não importa: livre-se dela!. Comece por não perguntar nada a alguém, exceto se quiseres realmente saber a resposta. Arranje outro jeito de falar o que te interessa. Não é muito difícil nem inconveniente começar uma frase com "eu acho que ..." ou "penso que ...". Evite termos extremados: o maior, o melhor, o pior, etc.... O uso continuado desgasta esses termos, que perdem a força em sua boca. Não tente ser agradável. No máximo, tente ser uma pessoa melhor. Sair do centro dos raciocínios e opiniões é um bom começo. Não tente ser alegre o tempo inteiro. Ninguém é. E, por fim, não custa lembrar: sr. chato, por favor não conte final de filmes.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Máximas de Perrone

Eis algumas pérolas de um amigo:

"Quando muitos planejam, ninguém planeja" 10/03/2006
"A noite é a própria incerteza" 29/05/2007
"À noite, muita coisa fica mais clara" 06/06/2007

Sobre a Secretaria de Planejamento do RS e Arquitetura Organizacional

Arquitetura Organizacional na wikipedia. Interessa, particularmente, a definição do MIT:

"Enterprise Architecture is the organizing logic for business processes and IT infrastructure reflecting the integration and standardization requirements of the firm’s operating model."

Os processos (e, portanto, os sistemas; e, portanto, a infraestrutura de TIC) do órgão de planejamento público são, por natureza, muito sensíveis às variações nos governos. Um bom conhecimento da arquitetura organizacional (bom e, portanto, adequadamente disseminado na organização) é, penso eu, condição para que a SEPLAG dê respostas ainda mais qualificadas às demandas de governo. Por exemplo, precisamos saber, rapidamente, como obter uma informação cujos dados que a baseiam estão nos diferentes sistemas de TI, quer do Estado, quer de fora do Estado. É possível prever demandas. É possível antecipar-se a elas. Conhecer processos decisórios, sistemas de informação e sistemas de implementação de política pública, eis a habilidade que esta Secretaria, penso, deve fortalecer. E a ferramenta em questão é um meio de contribuir para isto.

Algumas músicas que eu gosto ou já gostei de tocar

Angel - Jimi Hendrix
Little Wing - Jimi Hendrix
Equatorial - Lô Borges
This Masquerade - George Benson
Layla - Eric Clapton
Wonderfull Tonight - Eric Clapton
Dear Prudence - Beatles
Último Romance - Los Hermanos
Eleanor Rigby - Beatles
Influência do Jazz - Carlos Lyra
Nunca - Lupicínio Rodrigues
Chão de Giz - Zé Ramalho
Feitiço de Oração - Noel Rosa
O Ciúme - Geraldo Azevedo
Quem Inventou o Amor - Geraldo Azevedo
Dia Branco - Geraldo Azevedo
Amor, Meu Grande Amor - Angela Rô Rô e Ana Terra
O Tempo Não Pára - Cazuza
Back In Black - ACDC
You Shock Me All Night Long - ACDC
Autumn Leaves - J. Mercy
Eu e A Brisa - Johny Alf
Estrada de Santos - Roberto Carlos
Quando Você Se Separou de Mim - Roberto Carlos
Como Nossos Pais - Belchior
One - U2
Batucada da Vida - Ary Barroso
Beijo Partido - Toninho Horta

Sobre a inimizade entre espaço e conceito

Em seu artigo Kant e o Selvagem da Nova Holanda, particularmente na seção 12, João Carlos Brum Torres se refere à nota ao parágrafo 17 da Dedução Transcendental (Crítica da Razão Pura, de Kant). Lá, segundo o autor, são comparados e distinguidos "dois diferentes modos de estabelecer a relação uno-múltiplo no universo das representações" (p. 83 de Transcendentalismo e Dialética).

Grosso modo, a diferença pode ser rastreada a partir da diferença entre conter sob si e conter em si. Num caso, o uno contém sob si o múltiplo: trata-se do modo próprio aos conceitos. Noutro, o uno contém em si o múltiplo: trata-se do modo próprio ao espaço.

Segundo a interpretação de Brum Torres, a nota do parágrafo 17 amplia a lição já dada na Estética Transcendental "ao sugerir que o regime da relação todo/parte que fora apresentado como próprio do espaço é a forma de estruturação interna das intuições consideradas como um modo específico de cognição."(p. 84)

Ou seja, o parágrafo 17 estende, às demais intuições (as empíricas), a relação uno-múltiplo do espaço (intuição pura). Assim, argumentação parte das seguintes premissas:

  1. há uma certa caracterização acerca desta relação no item 3 da Exposição Metafísica;
  2. essa caracterização - aplicada a toda intuição a partir do parágrafo 17 - é suficiente para distinguir a relação uno-múltiplo no espaço daquela própria aos conceitos;
  3. o espaço (todo) contém em si suas partes; e a distinção entre espaço e conceito deriva da condição de que aquele, diferentemente desse,  contém suas partes 'em si'.
Ocorre que, dizer que o espaço contém em si suas partes não basta para distinguir o espaço de um conceito. Supondo correto que o espaço contém em si os espaços particulares, o que dizer da relação entre um conceito e suas notas características? A mesma relação se aplica? Como sustentar que um conceito não contém em si suas notas características sem amputar os textos de Lógica de Kant, particularmente no que diz respeito à diferença entre intensão e extensão de um conceito?

É possível explicar a diferença noutros termos, avançando no fundamento da distinção? Creio que sim. Isso é parte do que pretendo fazer na dissertação ora (muitas horas!) em curso.

Gerenciamento de Riscos

Projeto é uma situação futura desejada (objetivo) , relacionada ao mode de se chegar a ela (recursos e método). Os riscos num projeto são aquelas condições que podem afetar o alcance do objetivo, quer favoravelmente, quer desfavoravelmente (embora de uso incomum, “risco”, em seu uso técnico, significa também uma circunstância favorável), quer sejam conhecidas, quer não. O objetivo da disciplina Gerenciamento de Riscos é desenvolver um conjunto de princípios e práticas úteis para identificar, avaliar, mitigar e monitorar os riscos num projeto.